V

Existe a noite, e existe o breu.
Noite é o velado coração de Deus
Esse que por pudor não mais procuro.
Breu é quando tu te afastas ou dizes
Que viajas, e um sol de gelo
Petrifica-me a cara e desobriga-me
Da fidelidade e de conjura. O desejo
Esse da carne, a mim não me faz medo.
Assim como me veio, também não me avassala.
Sabes por quê? Lutei com Aquele.
E dele também não fui lacaia.

(Hilda Hilst)

2 comentários:

Rodrigo disse...

Lendo esse poema, creio que encontrei a resposta ao caio fernando: Insistir sem fé nao é o problema. O desejo nos impulsiona até que nao tenhamos mais pernas pra correr, nao tem nada a ver com fé, mas com medo ou coragem. Estamos caminahndo a muito tempo sobre uma corda bamba, e nao tinhamos medo dela até que fomos forcados a olhar pra baixo. olha para baixo significa perder a fé. Mas ainda estamos no meio da corda. retrocedemos ou seguimos? O risco é do emsmo tamanho, nos dois casos, o final é que é diferente... Nenhuma escolha é pior que outra. Sao só escolhas, o material do qual se constitui uma vida...

Blog dos alunos Allan Diego Brito, Matheus Bolognini e Danilo Ferraz da Disciplina: LABORATÓRIO: REVISTA Turno: NOTURNO. Professora ANDRESSA ZOI NATHANAILIDIS disse...

http://www.youtube.com/watch?v=-cp_3NEWTzU

o que eu escrevi é um trecho de uma musica