Pequeno conto de um segundo

Começou numa manhã friazinha com o acordar da gatinha que dormia no sofá e que, pulando num salto só até a menina, miou pedindo-lhe miolinhos de pão para mastigar. A menina sonolenta não prestava muita atenção, era difícil para ela acordar. Acendeu o fogo ritualisticamente para o café preparar, e arrastou-se ao banho, com os olhos da gatinha atentos, que agora miava enquanto observava a dona se banhar (acompanhando-a inclusive no banheiro), como se assim estivesse pressionando-a para acelerar – “respeita meu tempo Bárbara, de manhã sou lenta, não adianta miar” – replicava a menina à ansiedade da gatinha. Mas Bárbara não parava de miar naquela manhã friazinha. Atordoada comprou pão e serviu a mesa. Mesa para duas. Uma no chão a outra na lua. Abaixou a cabeça, os olhos pesando estranhamente, o miolinho saciando a gatinha que ainda assim miava incessantemente. Foi ler jornal e percebeu "algo estava errado em sua novamente". Mais uma vez abaixou a cabeça e dormiu pesadamente no sofá e quando acordou já era noite, levou um susto ao ouvir uma voz a gritar. A voz dizia: "Acorda menina, o dia acabou de acabar!”.

3 comentários:

Priscila Milanez disse...

Ah, sonolência, estado de letargia... esses são tão meus tantas vezes...Acordo inteiramente letárgica. Viver, às vezes, me dá tanta preguiça!
beijos, linda

Patricia disse...

continuo sem conhecer bárbara.
sinal de que já passou da hora de te fazer uma visitinha!
saudade de vc e do seu cantinho aconchegante!

camila disse...

nat esse continho ficou lindo!!!!