Vendo um coração já usado, desculpe-me, tenho que ser honesta, um coração bastante usado. Um coração meio que gasto de tanto amar. Vendo um coração que é confuso, distraído, pertubado. Um coração ansioso, sedento, desesperado. Vendo-o, faço qualquer negócio. Até trocaria por cigarros. Vendo este coração de batidas irregulares, mas intensas, fortes batidas que mais se parecem canções desafinadas, contudo cheias de poesia. É um coração vermelinho de sangue a pulsar, um coração insistente, latente, mas também cheio de mágoas para recordar. Vendo meu coração assim, do jeito que ele é, sem reformas ou curativos, mas ainda assim um coração. Cansei de ter um, agora a única coisa que eu queria era ser dominada pela razão.
3 comentários:
Corações como este seu estão em baixa no mercado... mas, assim como para filmes mudos que não foram digitalizados e fuscas velhos que não se fazem mais, existem admiradores que dariam uma fortuna por eles!
Mas meus unicos bens também caíram em desuso. Palavras, vontades, e uma consciência pra lá de vadia...
...talvez a gente possa fazer uma troca; há tempos coloquei meu coração a venda, e nada... Quem sabe você não consegue vendê-lo pra mim, e eu faria a mesma tentativa com o seu?!... e se no final ainda falharmos então acho melhor darmo-os a alguém de graça mesmo.
Ah, Natali!A contradição é que só abrem mão do próprio coração pessoas que o usam com intensidade. Quem o usa com moderação, quase não o sente bater. A gente que ama com intensidade e verdade, sabe o quanto pode doer.
Adorei esse texto!
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