... "mas a flor não acabava mais de preparar sua beleza no seu verde aposento. Escolhia as cores com cuidado. Vestia-se lentamente, ajustava uma a uma suas pétalas. Não queria sair, como os cravos, amarrotada. Ela queria aparecer no esplendor da sua beleza. Ah! sim. Era vaidosa. Sua misteriosa toalete, portanto, demorara alguns dias. E eis que numa manhã, justamente à hora do sol nascer, ela se mostrou."

(Antoine de Saint-Exupéry, "O Pequeno Príncipe")

Um comentário:

Rodrigo disse...

A vaidade tem um lado extremamente atrativo e misterioso. Não podemos nunca nos esquecer disso. Por mais que desejemos deitar a vaidade em nossa cama e detê-la num breve instante, ela está destinada a se mover, a se exibir, a querer e ser desejada. A vaidade tem um tanto de harmoniosa quanto de fatal. Não sei o que faria sem ela - não sei o que faço sem ela. Mas a vaidade move, se move, e transforma tudo. Querendo-a, me perco, cuidando dela, a perco. Triste contradição... quero a vaidade daquela que se farta da própria!